
“Durante os 29 anos de existência do Movimento Estudantil de Biologia (MEBio),os estudantes de biologia de todo o país procuram formas de organização para que as discussões referentes à sua vivência universitária, atuação social, ao engajamento político, posicionamento e atuação quanto aos ideais coletivos fossem concretos, propositivos e encaminhativos. Nessas quase três décadas o MEBio passou por diversas transformações que caminharam pelas realidades de discussão e atuação de seus representantes. Sempre houve grande dificuldade organizativa do movimento, e este ponto tem gerado intermináveis discussões e é o que hoje trava tantas vezes o MEBio. Conhecer um pouco da história da organização dos estudantes de biologia enquanto grupo pode incrementar as discussões e auxiliar o entendimento da situação atual do movimento, assim como de suas dificuldades. Os estudantes de Biologia do Brasil organizam-se desde 1973, quando começaram a realizar as Reuniões Nacionais de Escolas de Biologia (ReNEBs), com o intuito de discutir a regulamentação da profissão de biólogo, conquistada somente em 1979. A regulamentação da profissão do Biólogo em setembro de 1979 ampliou o número de estudantes ativos nas discussões em torno do assunto. O que posteriormente se tornou o 1° Encontro Nacional de Estudantes de Biologia (ENEB) sediado pela Universidade Federal de Minas Gerais com o tema “Onde estão os Biólogos deste país?”. A década de 1980 foi marcada pelo surgimento das estruturas de funcionamento que pudessem ampliar as discussões nacionais e a atuação do movimento, focando debates políticos presidenciais, já que a situação era de ditadura e pós-ditadura. Foi criada a Executiva Nacional dos Estudantes de Biologia (ENAB), uma entidade com um caráter de representação e com objetivo de fomentar o movimento estudantil em diversas áreas do Brasil. Concomitantemente, originou-se o Conselho de Entidades de Estudantes de Biologia (CEB), que em 1992 foi substituído pelo Conselho Nacional dos Estudantes de Biologia (CONEBio). Em 1994 a entidade modificou seu nome, mas ainda mantendo sua antiga estrutura, passando a se chamar Executiva Nacional de Estudantes de Biologia (ENEBio). No ano de 1995 iniciaram-se diversas mudanças que surgiram de questionamentos a respeito da eficiência e da validade da estrutura. Depois de muito tempo de discussão e discordâncias, em 1997 foi extinta a Executiva Nacional no ENEB de Salvador. Apesar de essas mudanças terem sido feitas com o objetivo de tornar o Movimento mais lúdico, legítimo e interessante à participação de mais pessoas, muitos estudantes continuavam insatisfeitos. Tal insatisfação surgia principalmente da falta de conexão do MEBio com a sociedade e com a falta de um horizonte que guiasse a uma verdadeira transformação social. Algumas tentativas foram feitas a fim de tornar esse Movimento mais efetivo e politizado. No ENEB de 2001 foram criados os Grupos Temáticos Permanentes (GTP) que têm função de acumular estudo e debate sobre temas relevantes ao movimento. Um ano depois, em 2002, foram criadas as Articulações Regionais (AR’s) para fomentar as discussões nas regiões e um Fundo Nacional em que apenas o CONEBio teria possibilidades de deliberação sobre o mesmo. Em 2005, outra ferramenta foi criada para tornar o movimento mais efetivo, o Curso de Formação Política (CFPBio). A proposta deste curso é de trabalhar temas envolvidos na conjuntura da sociedade, com enfoque político, através de metodologias participativas. Com o propósito claro de tentar fazer o MEBio tornar-se mais efetivo enquanto organização estudantil, em 2007 foi construído um ENEB com perspectiva central de organização da Entidade. Este ENEB, ocorrido em Viçosa, contou com um caráter político em temática central sendo reestruturado o estatuto da Entidade, criada uma carta de princípios e recomposta toda a organização da Entidade Nacional de Estudantes de Biologia (ENEBio). O CONEBio voltou a ter seu caráter deliberativo e a entidade foi reorganizada em co-gestões que têm como integrantes escolas de diferentes regiões do Brasil trabalhando em funções executivas durante cerca de um ano.”
Nenhum comentário:
Postar um comentário